The Real Business Case for Diversity: Dados, tomada de decisões e vantagem competitiva

Artigos Igualdade de género
Publicado: 12 de março de 2025
The Real Business Case for Diversity: Dados, tomada de decisões e vantagem competitiva

Principais conclusões

  • Embora o género e a etnia moldem as experiências, a verdadeira diversidade vai para além da representação demográfica. As empresas que se concentram apenas em atingir as quotas de diversidade sem integrar perspectivas diversas na tomada de decisões arriscam-se a perder os verdadeiros benefícios comerciais da inclusão.
  • Algumas empresas tratam a DE&I como um exercício de branding, assumindo compromissos públicos sem alterar as culturas internas ou a dinâmica da liderança. A diversidade só cria valor quando está integrada nos processos de tomada de decisão e é ativamente aproveitada para promover a inovação e a adaptabilidade.
  • A investigação mostra que as equipas diversificadas podem enfrentar fricções e tomar decisões mais lentas, mas quando geridas eficazmente, produzem melhores resultados. Tal como uma orquestra que precisa de um maestro competente, as empresas devem cultivar uma liderança que aceite e integre diferentes perspectivas para obterem sucesso a longo prazo.

Assim que o Presidente Donald Trump tomou posse, começou a assinar ordens executivas - uma das quais declarava ilegais as políticas e programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) para "proteger os direitos civis de todos os americanos".
Desde então, temos visto empresas como a Goldman Sachs, o Bank of America, a Google, a Amazon e a Target, entre outras, a reverterem os seus programas de DE&I. Esta mudança levanta uma questão crítica: à medida que as empresas navegam num cenário político em mudança num país onde os contratos governamentais são fundamentais para a sua economia, estarão a abandonar estratégias baseadas em evidências que se revelaram eficazes no aumento do valor das partes interessadas?

Para explorar esta questão, a CEO da Clarity AI, Rebeca Minguela, e a Diretora de Investigação e Inovação de Produtos, Patricia Pina, sentaram-se para uma discussão franca sobre o que a diversidade realmente significa num contexto empresarial - e porque é que algumas empresas estão a fazer isto mal.

Definir a diversidade: Mais do que apenas um jogo de números

Rebeca: Estive a ver algumas das últimas manchetes sobre os retrocessos em matéria de DE&I e tenho de dizer que é como ver as empresas a tentarem superar-se umas às outras numa corrida para ignorar a ciência. Mas sejamos realistas, será que a diversidade é sempre o bilhete dourado?

Penso que não devemos limitar-nos apenas ao género e à etnia. A verdadeira diversidade tem a ver com perspectivas, abordagens de resolução de problemas e experiências. Algumas empresas parecem pensar que é suficiente verificar as caixas demográficas, mas isso não passa de uma estratégia preguiçosa.

Patrícia: Percebo o que está a dizer, mas não vamos fingir que o género e a etnia não moldam as perspectivas. A razão pela qual esses factores são medidos é porque estão correlacionados com diferentes experiências de vida.

Tanto a investigação académica como a da indústria fornecem fortes provas que apoiam esta tese. O último Relatório sobre a Diversidade da McKinsey & Co. concluiu que as empresas com maior diversidade nos seus conselhos de administração têm mais probabilidades de ter um desempenho financeiro superior, com correlações estatisticamente significativas tanto para o género como para a etnia.

Muitos académicos criaram argumentos comerciais sólidos a favor da diversidade de género, citando benefícios como o acesso a novos mercados, o aumento da inovação e a melhoria da participação dos trabalhadores. Se não acompanharmos nada de tangível, como é que sabemos que estamos realmente a melhorar a diversidade? Claro que a diversidade de pensamento é importante, mas não usemos esse argumento como desculpa para ignorar disparidades mensuráveis.

Rebeca: Não estou a dizer que os ignoremos - só acho que precisamos de uma definição mais abrangente. Caso contrário, arriscamo-nos a forçar a diversidade de formas que criam mais problemas do que os que resolvem. Já vi equipas reunidas por uma questão de ótica e, em vez de promoverem a inovação, apenas atrasam a tomada de decisões. Nem toda a diversidade é produtiva se não for corretamente integrada.

Patrícia: É justo. As equipas diversificadas podem, sem dúvida, sofrer atritos. Mas a fricção não é inerentemente má - é um sinal de que os diferentes pontos de vista estão a ser desafiados. A investigação mostra que, embora as equipas diversificadas possam demorar mais tempo a tomar decisões, os seus resultados tendem a ser melhores. A chave é uma liderança forte. Pense nisso como uma orquestra - sem um maestro competente, é o caos. Mas quando se gere bem a orquestra, obtém-se algo poderoso.

As armadilhas da diversidade performativa

Rebeca: Está bem, mas e a diversidade performativa? Algumas empresas tratam-na como uma manobra de relações públicas, como se estivessem a pintar um edifício em ruínas com uma nova camada de tinta. Fazem grandes anúncios sobre a contratação de mais mulheres ou pessoas de cor, mas não mudam efetivamente a sua cultura de tomada de decisões. Isso não é diversidade - é branding.

Patrícia: Não há discussão.

A diversidade tem de ser incorporada na tomada de decisões efectivas e não apenas nos números do recrutamento. Se não se criar uma cultura inclusiva em que as diversas perspectivas sejam efetivamente valorizadas, então tudo o que se fez foi montar um palco sem guião. E isso só leva à frustração e à rotatividade. Mas as organizações que conseguem trazer uma vasta gama de perspectivas e experiências para os seus processos de tomada de decisão acabam por se tornar mais adaptáveis, inovadoras e resistentes.

Rebeca: Exatamente. Estamos no negócio da análise de sustentabilidade - o nosso trabalho é ajudar as instituições financeiras a tomar decisões baseadas em dados. Se acreditamos nos dados para a estratégia empresarial, devemos aplicar esse mesmo rigor à nossa própria estratégia em termos de pessoas. A diversidade não é uma caixa de verificação - é uma ferramenta. Mas, como qualquer ferramenta, se não soubermos como a utilizar, é inútil.

A diversidade como vantagem competitiva

Patrícia: Não poderia ter dito melhor. Se for feito corretamente, a DE&I não tem a ver com conformidade - tem a ver com vantagem competitiva. Trata-se de tirar partido das diferenças, e não de as ter apenas para mostrar. É isso que torna as empresas mais adaptáveis e resistentes.

Rebeca: E sabes que mais? Esta conversa em si é a prova de que a diversidade é mais do que apenas género e raça. Aqui estamos nós - duas mulheres brancas - a trazer perspectivas muito diferentes para a mesa. Se isso não demonstra o poder da verdadeira diversidade, não sei o que é que demonstra.

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